lunedì 16 febbraio 2009

un dia...

Um dia assim de repente compreendeu a loucura.Vem assim, pouco a pouco, e de repente. Algo na garganta que não pode controlar. Um grito.

Quando percebeu já era tarde. Sentia-se mal. E, ao mesmo tempo, melhor. Ninguém escutou. Seus pais estão surdos. Como sempre. Que aconteceu?
Exatamente nada de novo. Nada especial. Acumulo de emoções saturadas. Ninguém com quem se abrir. Vìu de repente esta casa, que nunca foi casa mas sim paredes e tetos abrigando gente que nada tinha que ver um com o outro, abrigando móveis, fotos. Ali, assim, para sempre, intocáveis, sem carinho. E assim ontem sentiu-os gritar, rir. Uma risada vingativa, uma risada de tortura. Foram chegando, chegando, se sentiu afogar. Uns móveis com mais vida que este homem e esta mulher que vivem (vivem? ) esperando a morte. Vivendo ( vivendo ?) esperando a vida.. Não era culpa deles, tinham deixado seu pais, a mãe, os amigos, a casa, o trabalho, enfim todas suas coisas, quando tiveram que sair correndo por causa da guerra, – isto ela entendeu mais tarde. Tarde demais. Naquele momento sentia somente esta enorme ausência de tudo, de atenção, de comunicação, de uns beijos de verdade ou de uma mão nos cabelos, de uma carícia, de tudo, enfim.
Segue:
Umas paredes cheias de ecos dos gritos, de dicussões sem fim, irremediáveis que encheram esta coisa – não casa – e sua adolescência. A fizeram fugir toda sua vida.
E se levantou correndo, atravessando este corredor comprido, comprido, escuro e todos a perseguiam.



Correu depois do grito, para o seu quarto com o coração pulando de terror.





Viu então a verdadeira solidão. Não a solidão sozinha. Gostosa. Não. Uma solidāo povoada de pesadelos, junto a pessoas com quem nada se tem a ver – que nunca se teve nada que ver. Seus pais. Era apenas uma imagem criada pela sua ansiedade, necessidade de amor, de ternura, de compreensão. Esta imagem formidável era somente uma imagem. E como tal caiu. E ficou a realidade. Cruel verdade. Uma vida de desamor. Um ambiente de quase terror. Uma atmosfera de hipocrisia. Uma tremenda comédia de mau gosto. Uma novela de televisão. De tudo isto tratou de fugir desde que tinha idade de razão. Até que conseguiu.
De erros em erros, escapando,



fugindo, sempre caindo em outras comédias e angustias.



Longe, encontrou amor, ternura, comunicaçāo.

Até aquele dia quando voltou àquela coisa-casa – e gritou. Um grito diferente. Tinha que fazê-lo antes de ser demasiado tarde para todos. Foi um grito, nāo de loucura como aquele daquele dia. Uma explosão, fez chorar, chorou. Foi outro grito intenso que a libertou para sempre. Gritou sua verdade.
Conseguiu quebrar o feitiço da tremenda incomunicaçāo.





…et devant mon regard ému, j’ai compris la peur, la faiblesse et la vulnérabilité des ĕtres humains. Tous.

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