venerdì 30 giugno 2017

ERA UMA VEZ


 ceu deslumbrante
estrelas scintilavam
cega me deixavam



sonhando



de sonhos era
minha vida iluminada
 de quasi nada
amores fugaces  eternos

um quasi nada imenso

se foram os anos
se foi o tempo 
dos  quasi nada 

eternos amores


estrelas se apagaram
pesadelos - cade os sonhos

a  lua e a unica que 
se atreve a m



mais um fregamento de Uma Vida a Pintar - Jorge Pinheiro

Myra regressa ao Rio de Janeiro com Dominique, já separada do
marido. A pintura é agora a sua obsessão. Sofre a pressão
familiar. Os pais não entendem. Não entendem a pintura. Não
entendem a separação. Não entendem uma mulher que usa
bikini, quando absolutamente ninguém o usava. Os pais não
entendiam nada. Myra apaixona-se por um italiano, António. Um
amante italiano!... Os pais julgam-na à beira da prostituição.
No meio de toda esta turbulência, o destino de Myra começa a
desenhar-se. Conhece Jean Guillaume, Wesley D. Lee e,
principalmente, conhece a pintora Maria Cecília de quem ficaria
grande amiga. Ela encoraja-a. Diz-lhe que tem a audácia dos
ignorantes. Impulsiona-a para continuar. Myra pinta loucamente.
Pinta quase escondida, mas não pára. Um dia recebe Bernard
Bouts, vindo da parte de Tatin e que vivia na Argentina. Quase
sem falar, começou a separar quadros e esboços. Depois de
reunir um monte de obras, confirmou que os iria levar para uma
exposição. A primeira exposição de Myra teve lugar na Galeria
Muller de Buenos Aires. Myra não esteve presente. A
incompreensão paternal mantinha-se. Bernard comprou-lhe um
desenho. O resto dos trabalhos nunca mais soube para onde
foram. Nunca mais os viu!!!!





giovedì 29 giugno 2017

UMA VIDA A PINTAR- Fragmento - Texto de Jorge PINHEIRO


2
Esta é a história de alguém que viveu muito, viveu intensamente,
viveu perigosamente e, felizmente, ainda está entre nós.
Continua a pintar e está mais lúcida do que eu. Quem é Myra
Landau? Pintora. Escritora. Aventureira. Amante. Amada. Mãe.
Avó. Myra é tudo isso e muito mais. Myra fala seis línguas
diferentes. Nasceu na Roménia, a 5 de Dezembro de 1926.
Estudou em França e Inglaterra. Passou por Portugal em fuga
desordenada dos nazis. Rumou ao Brasil. Corria o ano de 1941.
Deslumbrou-se com a visão da Baía de Guanabara. O Rio de
Janeiro seria a sua casa na próxima década. Empenhou-se em
causas. Na luta política. Conheceu filósofos, políticos, homens de
letras. Em 1947 decidiu estudar jornalismo. Seguiu para Nova
Iorque. Inscreveu-se num curso de John dos Passos. Não teve
coragem. Acabou a frequentar um o curso de Erich Fromm,
perdida num enorme anfiteatro, rodeada de gente tão neurótica
como ela. Escondia-se de todos. Achava-se feia. Com um nariz
grande. Refugiava-se por trás de grossas lentes que lhe
rodeavam os olhos hipnóticos. Ela não sabia ainda quem era. Ou
melhor, não queria saber.
Os meses passam em Nova Iorque. Uma liberdade sentida pela
primeira vez. Teatros, livros, gente… Regressa ao Brasil. A
pressão familiar de novo. Época de namoros equivocados. Busca
emprego às escondidas. Vontade de fugir da tutela paternal e, no
entanto, faltam-lhe condições. Sentia-se perdida. Cobarde. Em
1948 a libertação surge. Uma libertação também equivocada.

 Em 1951 nasce Dominique. Sobre ela recai todo o amor que Myra tinha acumulado
. O amor para dar e
o amor para receber. Muda-se para São Paulo. Cidade estranha
onde todos querem apenas fazer dinheiro. Escreve poemas, mas
deixa de os mandar ao pai, como fazia até aí. Percebe que o seu
casamento é um erro. Tem medo por Dominique. Sente-se
novamente perdida, desesperada. Um dia, porém,
inopinadamente, vê uma exposição de cerâmica na Livraria
Francesa. Passou pela mostra e o destino passou por ela. Uma
cerâmica totalmente primitiva, sem intelectualismos, arte pura.
Estatuária Maya.
Myra entra na exposição. Como num santuário. Como num
sonho. Encontra os escultores daquelas maravilhas.
Seriam “hippies”, “beatnicks”, “exitencialistas”. Gente diferente.
Gente de outro mundo. De um mundo novo que ela não sabia
existir. Um mundo louco, fantástico. Um mundo vivo e
irrequieto. Um mundo que passaria a ser o dela. Conhece Robert
Tatin e a sua mulher. Também nessa época conhece Sérgio
Cardoso, responsável por um novo e importante impulso no
teatro no Brasil. Conhece Di Cavalcanti, Flexor, Bonadei, Wesley
Duke Lee; Sergio Camargo. Tudo converge para a arte. Após forte
insistência consegue que Tatin lhe ensine cerâmica. A disciplina
imposta era dura. Quase monástica. Quando lhe disse que tinha
uma filha de meses e marido, a resposta de Tatin foi imediata: “A
filha pode trazer..."


.

nao encontro fotos daquela epoca...
esta e de 2 anos atras









filha podes trazê-la."

martedì 27 giugno 2017

poema de Iosif Landau - livro EU VI - saudade...



acordei cansado, cabeça zoando, juntas anquilosadas,
perturbado por masturbatório pensamento
desejando o retorno da amada do passado,
seguir o lema de quem tem uma não tem nenhuma,
é furada, é justo ao contrário,
exagerei na dose, quase morro de overdose,
pouco importa agora, que apareça uma delas,
que passeie comigo, que me fale ao ouvido,
que me explique a razão da saudade repentina,
que me console com crédulas mentiras,
que seja caridosa e sussurre — você foi o homem da minha vida,
me engana que hoje eu gosto, mas quem avisa amigo é,
saiba que não sou mais o mesmo,
sou carta fora do baralho, pergaminho do Mar Morto,
desejos insaciáveis saciados com meu sangue glicosado,
a pressão sanguínea despressurizou meu falo,
tão rés do chão, que os ácaros têm seu ninho nas minhas narinas,
honey estou sem money, baby, não tem nem maybe,
foi tudo pro vinagre, o Viagra tempera minha salada,
tá tudo invertido, a Banda de Ipanema da musa Leila
agora é trenzinho de veado, o último da fila com dedo no rabo,
darling, esqueça meu lamento, é só questão de momento,
qualquer dia tropeço na bengala e numa esquina de Ipanema
aterrisso nos seios de silicone da Deborah que de Secco só tem o nome.

domenica 25 giugno 2017

UMA VIDA A PINTAR - de Jorge Pinheiro - fragmento

E o destino transporta-a sempre para lá das fronteiras. Exige que
ela se inove. Impõe que ela descubra. Desde o quadro “Ritmo
Loco”, que me ofereceu em 2010, Myra desenvolveu uma nova
técnica, feita de sobreposições, colagens e reciclagens. Os
quadros passaram a ter relevo. As formas não cabiam mais na
moldura. Os desenhos saíram das margens. São linhas que se
continuam a cruzar, agora para fora do quadro. Myra
ultrapassou o quadrado. Transcendeu o rectângulo. Deixou o
quadro falar para além dos limites. O espaço ganhou um novo
volume. A pintura ganhou uma nova dimensão.
Em 1998 Dominique partiu para a China com o marido e os
filhos. Foi nessa altura que lhe deram um computador.
 Myra tinha então 72 anos. Começou a explorar a máquina e descobriu
o Photoshop. Hoje Myra está em contacto com todo o mundo e
continua a pintar. Diariamente pinta no seu computador. Criar é
o seu destino. E, mesmo que a morte a leve, Myra já criou uma
eternidade.
Em 26 de Dezembro de 2011, Myra deixou Itália e partiu para
Israel onde passou a residir com a família novamente
reagrupada. Uma espécie de regresso às origens étnicas. Origens
que ela não conhece. Uma terra estranha e, ao mesmo tempo,
familiar. Myra continua a não ter pátria, a detestar vento… e
continua a pintar.
"A tua vida, a tua arte será ritmo e o ritmo será contínuo e a
tua vida alcançará o equilíbrio para que te sintas, ao
mesmo tempo, mortal e imortal







sabato 24 giugno 2017

Confesion :):):

el pasado eternamente cuestionado
guinandome el ojo con nostalgia.
una turba invitacion?confrontacion?
la rechazo.
 veo con claridad lo prohibitivo de antes



.ironia.

.asi llegue adonde estoy y soy
.por negacion.
 era, es tan tentador, fascinante, escupir un rotundo NO, 
al escuchar "no a esto, y no a aquel otro"
,y hacer siempre todo lo contrario a lo establecido.
el famoso y aburrido convencionalismo.


venerdì 23 giugno 2017



...

giovedì 22 giugno 2017

POLITICOS :(

L’air est plein de paroles
Lancées au vent
On éspère  - au moins –
Un écho
Avec énorme effort
Il nous semble l’entendre – à peine -
Puis on hausse les bras
Ils nous retombent dessus
Nous sommes éclaboussés
Par la boue de leurs salives  dégoulinantes
De vide
De regards d’égout…

Elle finira pas nous engloutir
Cette boue immonde
D’actions  interdictions réclamations  discussions
Insultes
Demi-phrases et gestes
Et tout le reste
Cynique  presqu’ironique
Tragique
N’a plus de sens….

La nuit éclate colérique acari^atre épaissie
Par l’essaim  de discordes
Inutiles discours et autres crachats
mouches
Qui se nourissent de merde..la leur..
 Nous restons en plein soliloque
                                                Politique?


...resposta a uma pergunta feita na ocasiao de uma entrevista no Mexico- 1965




com Dominique na Grecia!!!!!! seculos atras!!!!

: “Entre atavismos
 e recordações, procuro não me perder nas encruzilhadas que
atravesso. Aprendi a magia das coisas, os imprevistos da vida,
ritmos diversos, diferentes caminhos. Procuro a plenitude do
amor e a clarividência das sensações. Nasci na distante Roménia,
com a janela branca dos cristais de neve a bater nos vidros. Vivi
muito tempo no Brasil, vivi na orla do mar, na espuma fugaz da
areia branca. Fiz do México a minha casa, a minha paixão.
Regressei ao Velho Continente. Não sei se acabo aqui os meus
dias. Quem sabe onde a minha vida errante me levará. A pintura
é o meu horizonte, o meu espaço, o meu fim, o meu destino”.

martedì 20 giugno 2017

Mauro meu neto escreveu...algum tempo atras.:..


Oi vovozinha,

 Me pediste de escribirte algun pensamiento. Bueno. Aqui te van unas ideas en forma de monologo.


Otro dia se esta acabando. Son casi las once de la noche. Ya tengo que acostarme, manana mi despertador toca a las seis y media. Si, me acostumbre a levantarme temprano. Me cuesta todavia, pero me gusta. Los dias se hacen mas largos, iluminados desdes los primeros rayos de sol. Tengo ganas de vivir la vida. Cada dia, una nueva posibilidad de aprovechar este gran regalo. Cada dia un mar de nuevas ideas inundan mi cabeza. Abro los ojos de mi corazon y descubro el mundo de mis emociones, las lluvias y los jardines de los sentimientos. Porque me molesta lo que fulano hizo o dijo? Porque siento un rechazo por cierta actitud? Porque a mi molesta, y a mi amigo no? Que lindo es darle un abrazo a un amigo o ver que cuando les sonries a alguien la cara de la persona se ilumina . Mejor aun, lo que me acaba de pasar hacer una hora. Conoci un chico en la calle, estabamos mirando un grupo de jovenes turistas americanos sentados en una ronda. Empeze a hablar a este chico que estaba mirando como yo que hacian los gringos. Me conto su historia, estudia opera – me canto O Sole Mio - intercambiamos ideas, y algo lindo, simple ocurrio. Una quimica entre dos seres humanos, un respeto y carino hacia mi hermano, que acabo de conocer. Nos saludamos y parecio que nos conocimos desde chiquitos. Que facil es acercarse a otro. Simplesmente hay que sacar las barreras, los prejuicios y stigmas que le colocamos al otro. Cada persona tiene su mundo. Cada persona ES un mundo. Vivir es poder entrar en el mundo de su projimo y sentir las felicidades y angustias, asi como entender las dificuldades y proponer soluciones como si fuessen para uno mismo. Se necesita empatia. Se necesita sensibilidad. Se necesita inteligencia. Creo que herede mucho de ustedes. Y mis estudios me estan anadiendo otras ideas que se combinan perfectmente con toda su eduacion. Trato de colocarme los zapatos del otro. Trato de no juzgar a los demas, porque no se que les paso, esta pasando en su vida. A caso yo no haria lo mismo en su situacion? Trato de entender profundamente que es lo mejor, como comportarse hacia las personas, hacia mi mismo, hacia el mundo. Es mas, no trato solamente entender, trato de poner en practica estas ideas. Amar a tu projimo en tu corazon, no hablar nada que sea negativo, juzgar favorablemente, reconocer el bien que te hicieron, etc... todas estas ideas hacen parte de la conciencia supuestamente de todo ser humano civilizado. No se si todos viven esas ideas en cada instante de su existencia, pero en cuando son mandamientos de la Torah, son el motor de la identidad judia, son las fuerzas que encadenan una forma de vivir donde todo el mundo, con su gente, sus tormentas y arcoiris, todo son una gran posibilidad de hacer el bien, en cada instante, cada situacion, con otros o con sigo mismo. Escuche algo lindo ayer: no es que hay que ver el baso medio-lleno. Eso seria aceptar que falta algo a nuestro baso. No, mejor es ver que para ti, para TU vaso, con su tamano, lo que tienes lo llena completamente. Nuestros vasos estan siempre llenos. Quien es la persona feliz? El que esta contento con su porcion. A partir de esta felicidad interna, de cada buena accion, el tamano de nuestro proprio vaso va creciendo y todo lo que uno tengo adentro sera siempre lo mejor para nosotros, mismo si nos parece que no.

Boa noite minha querida,

Mauro

ALKMAAR

Casa da Dominique,  no tercero andar!










lunedì 19 giugno 2017

Calle Alfaro 6 -Xxalapa - 1978 - MI VECINO

Siempre de sombrero.Siempre muy serio.Casi enojon.Cuando necesito componer mis zapatos voy con el.La primera vez que entre en su "lugar" que tambien es "hogar" me impresiono su altivez. Me senti culpable.No se de que.Si, se. De todo. De mi casa confortable, tan en frente de la suya sin nada. Pero para el un mundo.Su mundo de antano.Poco a poco supe,descubri que estuvo en la revolucion.Casi no ve.Pero no hay ningun zapatero que arregle los zapatos tan bien como mi viejo vecino. Lo hace con amor. Con dignidad y sin IVA...Y pasan dias. Ya pasan anos. Nos saludamos con respeto y seriedad. Como soy su vecina no quiere cobrarme. Y ademas le echa un ojo a mi casa cuando no estoy. Yo de vez en cuando, muy de vez en cuando para no ofenderlo, le ragalo una cajetilla de Del Prado.
En Navidad , un paquete. Ahora despues de muchos anos de saludarnos  entro con menos timidez a su casa, mejor dicho , su puerta . Y me muestra un calendario de la epoca de la revolucion. Hasta el papel era mas bonito.Y las fotos..., tal vez por recorrer tantas estaciones, son mas bellas! O sera mi nostalgia de un tiempo que no conoci y qye se aleja cada dia mas?
A veces dice algo. Muy poco. Me gustaria hablar horas con el.Su orgullo de ser solitario y sabio - o sera timidez tambien ?- no lo deja.

Un dia vino un fotografo frances, muy famoso, a visitar Xalap, entre otras ciudade. Reportajes, yo que se. Seguramente a retratar " turisticamente " y "flkloricamente " este lugar y sus gentes.
Descubrio, de mi ventana, sa mi amigo zapatero. Debo reconocer que todo el y su "hogar - lugar " es muy atractivo para los cazadores de imagenes.

Me deje convencer por mi amigo el fotografo - y fui a pedir a mi vecino que se dejara retratar en su ambiente.

Que mal me senti - ! bien hecho, como es posible que me haya fallado mi sensatez, mi sensibilidad, mi psicologia y cuantas cosas mas ) al oirlo responderme ahora si, enojado deveras :: De ninguna manera , nina! Para que este senor lleve y muestre una imagen miserable de la miseria que hay en Mexico!" Nunca lo habia escuchado hablar tanto de corrido y tan de prisa. Regres a mi casa, cabisbaja llena de sentimientos contradictorios. Me sentia mal. Siempre nos sentimos mal al depararnos con una dignidad que ya no existe - quizas ni siquiera dentro de nosotros...
Pero cual miseria?! Cual imagen miserable?! El !? Su imagen?! que va! Los miserables y sus imagenes estan en otras partes. En los que no sabemos ver mas que las enganosas  apariencias. En los que nos aprovechamos de la pobreza o aparente miseria para crear imagenes "exoticas", "interesantes". La pobreza esta dentro de nosoytros que vemos "exotismo" donde hay dignidad y orgullo de un ser humano que vivio y morira como lucho.Libre. Libre para decir no, aunque no tenga casi nada conm que cubrirse en las frias noches solitarias de su vejez de revolucionario olvidado por los " revolucionarios "!!


sabato 17 giugno 2017

texto de Iosif Landau

Três vidas, três lares, três países, o mesmo homen três compartimentos, três linguas, três lembranças, um continente, uma ilha, outro continente, memória em três etapas, um amor em cada pedaço, climas invertidos, 40 graus abaixo de zero, 40 graus acima, frio e calor rachando o coração, congelando a alma, cosinhando sentimentos, o primeiro beijo na Romênia, os primeiros seios na Inglaterra, o primeiro sexo no Rio de Janeiro,...... fantasias em três idiomas, herdeiro de grande fortuna na origem, principe magnifico na Inglaterra, falência e luta nos tropicos, super protejido e inocente em Bucareste, playboy na Britânia, engenheiro e escravo do trabalho no Brasil verde amarelo, caminhos percoridos nas florestas seculares dos Carpátos o azul Danúbio, campos floridos deslumbrantes a beira do Tamisa, Amazônia infinita e misteriosa, rios caudalosos o Negro, o Araguaia, o Tocantins, do Mar Negro e o negro caviar, ao Mar do Canal da Mancha e pastelão de carne inglês, camarão e lagosta do Atlântico numa costa de 3000 quilometros, hora dos camponeses e violinos dos ciganos na Europa do Leste, jazz e dança de salão na Iha sede do Império onde o sol nunca se punha, samba e carnaval no continente tropical, mulheres rosadas com seios leitosos dos campos da Dacia, ruivas sardentas e dentuças saxonicas ......, mulheres cor do pecado e bundas monumentais devoradoras de homens e boas de cama aqui na tropicalia, tudo misturado e embaralhado num homem de três partes, num dia de céu cinzento cai num poço de saudades, num mar com ondas de angustia, com carência de assuntos inacabados, onde estão seus amigos de infância? conseguiram a velhice ou morreram no fogo de Walhala ao som do Wagner, e os do solo inglês afundaram no Atlântico, morreram em Tobruk ou na invasão da Normandia? os daqui que conheceu aos 17 anos todos já se foram, ele está sosinho, duas partes dele já enterradas no nevoeiro do tempo, a terceira parte ainda se debate na maresia, olha pra mulheres as deseja, tiraram - lhe a escada ........ por ter abusado, o sol, o mar e o céu o ajudam a ser e não mais estar, aqui jaz o ultimo judeu errante de uma linhagem de quase 6000 mil anos, já deixou por escrito, deve ser cremado e as cinzas num dia de ventania serem jogadas em cima do oceano, oh misericórdia, levem cinzas até o berço de onde veio, cinzas sobre o colégio aristocrático inexistente, cinzas pra cama da morena mais safada de Copacabana, só cinzas e mais nada.

somente pinturas....



obra del acervo del Museo de Arte Moderna de Mexico DF> 1975



Ritmo Graffiti - 1979



Rtmo escapando - 2011

venerdì 16 giugno 2017

abertura da expo en la Pulchri - 10 de Junho 2017 - La Haya

"Quero agradecer a Embaixada do México porque México não me esqueceu e eu também não esqueci o Mexico.
Em 1959, momento de importante mudança cultura e artista no Mexico, Miguel , meu marido, fez uma viagem para a América do Sul para ver o que estava acontecendo nas novas formas de expressão cultural e artística, e abriu uma janela para novas expressões , modernas e abstratas.
  Os artistas mais que  consagrados , como Rivera e Orosco, Siqueiros ja entaron na historia
 Aconteceu a abertura depois chamada de Ruptura. para dar lugar a novas expressoes artisticas, como Manuel Felguerez, Arnaldo Cohen , Echeveria, Lillia Carrillo , , além de mim, claro.
Não esqueço esse momento fantástico  no México. Que não acontece mais , nem acontecia no Brasil - país lindo e mágico- para onde fui quando escapei da Romenia
.
Mexico era um país de liberdades, lutas e vitórias.

Lembro dos anos 70, quando coisas horríveis aconteciam no Chile, México, mais Venezuela, foram os únicos países que abriram as portas para os refugiados.
Fiz muitos amigos entre eles. Lembro de Ines , que era muito amiga de Jan, marido de minha filha . Talvez ela tenha os apresentado. 
Ines esta de volta no Chile, onde tem uma Editora.

Passei minha vida vivendo e amando e viajando pelo mundo . Além do Brasil e Mexico, morei 17 anos na Itália e 6 em Israel. Cercada de amigos, desenhando e pintando.
Mesmo que continue desenhando e pintando, nunca imaginei que na minha idade, sendo bisavô de 5 , e com 90 anos , num país novo , onde sou totalmente desconhecida , iria ver minhas pinturas de novo nas paredes de uma galeria, como agora na Pulchri!

Muito obrigada Embaixada do México, agradeco especialmente a Dominique e Jan, que me ajudaron tanto para realizar tao  belamente  este evento!"

giovedì 15 giugno 2017

depois da inauguracao ! em casa...e com amigos...

brindando!!!! !

para o sucesso da expo!!!!



..tambem no jardim!






martedì 13 giugno 2017

Opening Pulchri - 10de Junho 2017 -



com minha filha



Jan Keulen um grande amigo



Ambassade du Mexique :
Charge d, Affaires et Attache Culturel



NO ME GUSTAN LOS LOS ANIVERSARIOS!

hace algunos dias cumpli muchos anos
Debo alegrarme, dicen.
Renuente, no puedo y caigo en honda depresion.

El frio espejo del tiempo me mira con sarcasmo:
"...en un chasquido tu tiempo paso..." me sussura.

Rompi el specula.

Le devuelvo con cruces su perversa maliciosa mirada
y le grito: ..." no cumplo anos, los descumplo...!"


domenica 11 giugno 2017

LA HAYA -dia 10 de junio - 2017




PULCHRI STUDIO - vernissage

fue lindissimo! muchissssima gente - 
publico no solo amigos!

lastima que mis nietos
no pudieron estar....

eternamente agradecida a 
Dominique e Jan
por todo que hicieron
para verse tan bella 
la mostra de mis obras.

Ritmos electronicos - 2017




hoje somente imagens...

sabato 10 giugno 2017

Mis cuadros se llaman Ritmos - escrito en 1979

caminan las nubes
dibujan cosas
asi tambien
 mis anos mis manos 
acariciando
caminhado
 hicieron cosas
imagenes
hijos
amigos
dibujos
pinturas

veredas que se volvieron 
ritmos
algunos se 
quedaron
otros se rompieron
como las nubes 
que se deshacen - 
por los cielos
que deshacen cielos
como los dias
que hacen y deshacen - 
mi vida
que caminan - 
por el aire y dentro de mi

uniendo
desuniendo
como mis manos
que caminan - 
por las telas
dibujando
desdibujando

asi nace una union
de esa union nace - un ritmo
eco lejano
de ritmos lejanos

esa union se partio
-el partio -

se parten
las nubes
y los amores - ritmos

cuadros - Ritmos

ritmo es casi rito tambien
es casi misterio
magia pura 
sensacion 
intuicion 
libertad
equilibrio
en fin

ritmo sin fin ...






giovedì 8 giugno 2017

MANUEL MONTORO me mandou....


¡Me falta Myra!... Por supuesto, Myra Landau… Nostalgias de los años setentas del siglo veinte. Hermoso encuentro desde que nos conocimos. Hubíeron muchos motivos de convivencia, proyectos, las inevitables luchas, la entrega continua a nuestras necesidades de realización personal… ¡Querida Myra Landau! Siempre inconsciente de las múltiples proyecciones de su fascinante personalidad, de su encantadora y fuerte vibración existencial.
Siempre sostuvimos un dialogo ininterrumpido aunque andara sumergida en sus laberínticos trazos, esos trazos que me emocionaba verlos nacer entre sus manos, con la sencillez y la espontaneidad con que nacen las espigas, de la tierra madre. Trazos seguros y armoniosos que, en su conjunto, constituyen hasta la fecha una valiosa aportación a las nuevas corrientes del arte contemporáneo internacional…
.- ¿Me oyes Myra? Soy Manuel, y no recuerdo en este momento si te dije alguna vez que quedé mudo de emoción… ¿Admiración? Ante tu gran exposición en el Museo de Arte Moderno del Distrito Federal. Y no por amistad, no; así me ocurre ante la obra de algún autentico creador artístico que me impacta, aunque en tu caso no haya podido evitar el orgullo de ser tu amigo.
Amo tus ritmos, que son también la base de mi trabajo teatral; diariamente los gozo en los cuadros que generosamente nos fuiste dejando en nuestras casas de México y Xalapa, que siguen siendo nuestros espacios. Billy ha sabido cómo dosificar tus ritmos: el apacible, del agua, el que tu llamas “complicado” y yo “turbulento”, tus dos creativas esculturas, tu bella estela vertical, tus bellísimos cuadernos, expuestos en nuestra pequeña vitrina de los “tesoros” más preciados, más íntimos, que son los más valiosos.
Seguí, más o menos, tus siempre justificadas rutas viajeras: Italia, Brasil, China, Holanda, de nuevo Roma, ahora Israel.
Ignoro cómo será tu vida cotidiana en Jerusalem, ni si has de quedarte mucho tiempo. Deseo que hayas podido disfrutar alguno de los privilegios de ser residente estable en Jerusalem, tierra misteriosa y compleja que siempre soñé conocer algún día de cerca, descubrir, o intentarlo, la esencia mística e histórica que la conforman, que a veces ha servido para unir, otras para separar, a través de los siglos. 
Pienso que puede ser demasiado peso para ti, a largo plazo. 
Estaría yo más loco que tú si te aconsejara tener paciencia, ya que nunca ha sido una de tus cualidades. Pero tampoco recomendarte la aceptación tácita de momentos difíciles extensibles sabiendo que eres la autorevolución de ti misma.
Pero también admiré siempre a la Myra reflexiva, analítica y razonada. Tus destellos luminosos.
En cualquier caso estamos contigo.
Antes de despedirnos la última vez, tuvimos que enfrentar juntos la sorpresiva ausencia de Marie Louise.
Recordándola ahora, surgen recuerdos entrañables de enorme felicidad, así es la vida, a través del tiempo.
Aun recuerdo tus manos enredadas a las ultimas capuchinas mientras seguías diseñando bocetos de tapices, para que los interpretaran en sus celdas los auténticos tejedores de sueños…
Si algún día piensas en mí intensamente, si recuerdas nuestros mejores días en este trópico de nortes y nieblas, dame un grito muy fuerte: ¡Manuueel! Porque yo estaré escuchándote.
El grito puede ser en voz alta, o en silencio, de corazón a corazón.   
                                                                                    
                                                                                Porque insisto:    
                                                                                                                                 ¡Me falta Myra!





Manuel Montoro esta debaixo do quadro...

mercoledì 7 giugno 2017

Marie - Louise Ferrari

A minha amizade com Marie Louise Ferrari comencou com um cafezinho e uma gaffe minha.
Marie Louise era todo um personagem, e nao somente naquela cidadezinha.
Fez parte da Resistencia francesa na segunda guerra mundial.
Em Xalapa era conhecida e admirada por su apoio as Artes.
 Xalapa era considerada cidade de grande cultura.
 A Universidade Veracruzana, segunda melhor do Mexico.
 Uma Orquestra Sinfonica melhor a que a do DF.
Un Museu de Antropologia conhecido no mundo inteiro pela sua fabulosa colecao de Arte Antigo Mexicano.

Marie Louise vivia na casa mais bela de Xalapa, de 1600 e algo mais .Estava catalogada Patrimonio Nacional. Um jardim que era um paraiso.

Marie Louise acostumava convidar as pessoas que algo tinham que ver com arte, escritores, pintores, musicos, etc. quando ali chegavam. Entao como  eu ja era conhecida no DF., me convidou. Nos encontramos .As duas felizes de poder falar frances! Tinha alem do mais uma biblioteca que nao acabava mais. Uma maravilha.
Bem como disse, me ofereceu um cafezinho e me perguntou si com azucar ou nao. Respondi que somente colocava azucar quando o cafe era ruim. Apenas provei um pouco do cafe, e pedi  azucar, ah! disse ela, entao meu cafe e ruim? lapsus meu...e respondi  mto sem geito, que sim...Ela riu e disse que iriamos ser muito amigas. J,adore la franchise! e riu.

Esta amizade durou mais de vinte anos. Ela me ofereceu, insistindo viver numa casa de sua propriedade, bem perto da sua. Nunca quiz que eu pagasse nenhum aluguel .Preferia de vez em quando uma obra minha. Obvio, agora o sobrinho - herdou uma  grande  colecao de Landaus...
 Um dia assim de repente adoeceu e faleceu rapidamente para a enorme tristeza de todos que a amavamos.
Eu perdi uma irma,  Ate hoje  depois de tantos anos sinto terrivelmente  a sua ausencia -  uma tragedia....  

 Marie Louise esta agora somente no meu coracao e saudades...A generosidade, a amizade e a alegria dela, sao para mim impossiveis de esquecer.






je t,aime....tu me manques...

martedì 6 giugno 2017

PALHACO - Iosif Landau



no sofá, sentado no meu canto predileto,
cabeça encostada no respaldo gasto,à minha frente, na parede do lado esquerdo
um entalhe de madeira comprado na feira hippie,
assustador, escuro, cabeça disforme, serpentes, lembrou-me da minha alma perturbada,
acima dele em papier maché, enorme cabeça de palhaço,
nariz vermelho, olhos tristes, colarinho folgado,no brechó empoeirado,
paguei uma nota preta,
sou eu, moldado com fiel semelhança,
passo o olhar indolente pela estante, livros desordenados,
misturados, são meus sentimentos,
CDs empoeirados, não os ouço faz tempo,
como também não ouço mais meus lamentos desconexos,
mais adiante, fotos de todas as eras,
coloridas, misturadas em estética desordem atrás de sólido vidro,
meu deleite quando as visitas exclamam: que família bonita!
logo em seguida, numa moldura simples e barata,
oito jovens, olhares triunfantes, com as mãos nos remos
vencedores da prova Oswaldo Aranha,
na raia da Lagoa,o ano de 1942,
ou talvez um ano depois, não importa,
agora, no limiar de 2002, essa foto, quase um epitáfio,
a morte passou por alguns,
aos outros espreita,inocência, vitalidade, coragem, afogados na Lagoa?
pela janela a brisa noturna me estremece,
o dia se apaga, a noite se estende inclemente,na escuridão da sala,
um halo cor de turquesa, juro, coroa oito cabeças,

oh, Deus, Jeová, Maomé

eles são tão sadios,
eles são tão belos
eu fui um deles,

o segredo da vida
é uma foto em preto & branco?
aceno, foi bom revê-los, amados amigos,
mandarei minhas lágrimas do Hades,
prometo, num barco a remo.

Pacis Vobiscum!


lunedì 5 giugno 2017

FUI - Iosif Landau - 2007

...e debaixo de um sol de fritar ovos
passeio, alamedas arborizadas,
túmulos e jazigos,
palácios de monumental cafonice,
sombras sem formas,
lapides castigados,
“aqui jaz um assassinado por todos os sexos”
flores murchas,almas em debandada,
destino abandonado ao destino,
“quero estar vivo nem que seja numa latrina”
um adeus solene,

soldado véspera da batalha,
“adeus às armas!”
deixo meu abraço, meu cansaço,
“aqui podem mijar a vontade”,
minha cabeça zigzagueia,
pensamentos, palavras acorrentadas,
a corrente se romperá,
mergulharei num fosso fedorento
esculpido em esterco,
não tenho pra onde ir
longo suspiro escapa da boca
os olhos se apagam
FUI


 ,


domenica 4 giugno 2017

PEDRAS - Iosif Landau

o que faz a gente escrever poemas
ou outros tipos ou maneiras
de juntar palavras e pensamentos
criar imagens com ou sem sentido
como meu amor é infinito
ou minha mente é um deserto
ou seus olhos são dois lagos fundos

mas isso é coisa de infantil inocência
no fundo da garrafa de cachaça
o poeta é um afogado em dor e mágoa
e se escreve o que sente
ele tenta se salvar do desespero
não quer ajuda nem pede socorro
mergulha na solidão e no calor do inferno
e o peso de tudo que o cerca
aponta na direção da sua nuca
facas estiletes lança pontuda
e se pensarmos bem somos todos poetas
e andamos por aí
nossas mentes esquecidas nas esquina
se batemos com punhos nosso peito
cerimonial darwiniano
e temos que recitar os poemas aos animais
com cuidado como melodias ou sinfonias
e se no meio da bicharada aparecer um humano
de olho vazado, perna cortada, e braço amputado
não parem o recital
vivemos há milênios
com mães pingando dos seios sangue e leite
e os poemas nada mais são que pedras nos cemitérios


sabato 3 giugno 2017

IOSIF FALA :

Minha geração me viu partir para a terra do Arco-Íris.
Fugi de uma terra abençoada, rica em ouro, petróleo e trigo,
de uma cidade bela e encantada, Cidade Luz dos Bálcãs,
reinado, opereta digna de um Franz Lehar.
Fugi aos poucos, sem pressa e muita dor, fugi da enchente sangrenta,
fugi da morte, do fogo e do aço escaldante, dos novos selvagens.
Aprendi que a morte não é sono ou descanso, é lua de sangue,
e te espera de olhos bem abertos, mas os anjos dos livros sagrados,
com roupagem de seda e sininhos, me cercaram e murmuraram
no ouvido: vá! vá !vá!, teus pais te esperam, tua irmã te chama.
E abandonei minha infância, meu nascimento, meus livros,
meus retratos, meu quarto e corredores silenciosos, as bestas rindo.
Trouxe comigo meu corpo, meus dezesseis anos, a poeira das lembranças,
os lençóis brancos cobrindo corpos mutilados
e dos vivos que ainda morrerão.
Deixei para sempre os túmulos dos antepassados.

Minha geração partiu para a terra do Arco-Íris,
mas levou consigo, gravadas na alma para a eternidade,
palavras doloridas e imagens de pavor,
um pergaminho secular de morte e terror,
e viajantes como eu, colecionadores de dor e temor,
"Meu Deus, meu Deus, por quê?". Ele nunca responde,
mesmo na segunda chamada, uma eterna dúvida: meu Deus?
Talvez tudo esteja escrito em livros não compreendidos,
em dicionários com palavras desconhecidas e amaldiçoadas.
Como os exilados do Faraó, esperaremos, ajoelhados na escuridão,
escondendo nossos rostos submissos, até que a humanidade
arrependida estenda seus braços e nos chame: venham irmãos,
nos somos o mundo!  

Minha geração partiu para a terra do Arco-Íris
à procura de novas ilusões e novos lares,
novas paisagens e terras macias, um Novo Mundo,
e eu tentarei atarraxar um novo rosto, de herói,
livrar-me do antigo e jogar no lixo a lâmpada queimada,
meus braços estenderei para o novo futuro.
O movimento de minha alma será o movimento das ondas
do novo mar, e meu olhar se perderá no horizonte azul,
e as mesuras de vai-e-vem das rezas são movimentos
de arrancada de um salto triplo para a nova vida.

Numa bela manhã, limpa e azul, resplandecente e luminosa,
vejo com clareza o milagre, meu neto, que me abraça rindo,
e eu visto roupas coloridas, e ouço nem perto nem longe,
vozes que cantam alegria ao som de bateria cadenciada.
Meu corpo se movimenta em harmonia com a nova alegria,
ganhei o jogo de xadrez com seus vinte e quatro quadradinhos
de desespero e vinte quatro quadradinhos de não-esperança,
estrelas brilham no meu coração, a Via Láctea bem próxima.
Hino de glória ao Deus imaginário da minha infância,
ouço o som do shofar: "as portas do paraíso se abriram".
Não beijei o solo do novo país quando desembarquei,
há sessenta anos, mas sei que me abraça,
até a ultima despedida.
Finis!




a casa que deixamos - strada Latina -Bucarest



centro de Bucarest antes da guerra





apto - 4 andar - Ed. Biarritz - Rio de Janeiro

venerdì 2 giugno 2017

MEU PAI - Iosif Landau


pai

meu pai iniciou a vida
como convinha
foi criança, foi miúdo
bem cuidado e com saúde
viu o sol raiar, o sol se pôr
e com certeza ficou encantado
e sem se dar conta
viu-se de repente crescido
suas roupas encolhidas
a infância ida.

percebeu que a vida
não era brinquedo,
em vão tentou reencontrar a Magia,
a surpresa da inexistência o fez esquecer
de vez aquilo que ele chamava de Magia

no seu coração agora só a lembrança
dos bondes, da praia virgem,
da cidade limpa como conheceu,
das salas de cinema amplas,
do sorvete de chocolate.

meu pai não teve horizonte amplo
não soube o verdadeiro significado
da felicidade, eu garanto,
esperanças sumidas como se lagoas
fossem secadas pelo inclemente sol,
escravizado de manhã ao entardecer
o dia não tinha muito pra lhe oferecer

o pai do meu pai viveu num mundo
de flores e campos verdejantes
mundo ainda primitivo, nevoado
que meu pai nunca conheceu como devia
um mundo ao qual ele deu adeus
junto com o adeus ao pai dele
assim como eu dei adeus a ele
e meu filho me dará seu adeus
do mesmo jeito

pais surgem de um ponto
e somem num outro
é tudo que sempre todos teremos,
o pai é pai enquanto precisam dele
e sempre, sempre daremos o nosso adeus
a ele
antes do tempo

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nao tenho mais fotos de meu pai..

giovedì 1 giugno 2017

AMOR FILIAL- Iosif Landau

Pai, sorriso discreto,filho, riso infante,
Amor-carinho caminha
por rostos colados.
Salmos ternura,anos flores.
Na lápide gasta a data é outra.

O filho reza
Bendito seja, meu pai,
Shema Israel... dignidade
Lembro-me de muito pouco
parei de sonhar?
Sei que a noite me amedrontava,
ele do meu lado vigiava em silêncio,
não era de muitas palavras,
transmitia segurança,
não importa se era baixo,calvo,
se portava pince-nez
se usava gravata borboleta,chapéu, colete e bengala,
foi o condutor da minha alma,
vigia da transição à adolescência,astuto, corajoso, criativo,
dirigiu o destino da família,
trouxe-nos ao porto seguro,
desmentiu a crença de que
dinheiro aniquila generosidade,
pecou por excesso dela,
criou a lenda da fortuna inesgotável,
perdoei-lhe a inofensiva vaidade,
no País do Futuro foi depenado,
acreditava na lisura do aperto de mão
tão fora de moda como gravata borboleta, colete,chapéu e bengala,
não envergou na solidão da viuvez,
nem com saudade da filha desterrada,
aceitou vida espartana,
por vezes sucumbia às lembranças,
tirava o lenço do bolso e enxugava uma lágrima,
encantava os netos
 com relatosde luxo e riqueza e então sorria.
Sem aviso, sem muitas palavras,
foi aos céus com dignidade.




meus queridos ....