domenica 4 giugno 2017

PEDRAS - Iosif Landau

o que faz a gente escrever poemas
ou outros tipos ou maneiras
de juntar palavras e pensamentos
criar imagens com ou sem sentido
como meu amor é infinito
ou minha mente é um deserto
ou seus olhos são dois lagos fundos

mas isso é coisa de infantil inocência
no fundo da garrafa de cachaça
o poeta é um afogado em dor e mágoa
e se escreve o que sente
ele tenta se salvar do desespero
não quer ajuda nem pede socorro
mergulha na solidão e no calor do inferno
e o peso de tudo que o cerca
aponta na direção da sua nuca
facas estiletes lança pontuda
e se pensarmos bem somos todos poetas
e andamos por aí
nossas mentes esquecidas nas esquina
se batemos com punhos nosso peito
cerimonial darwiniano
e temos que recitar os poemas aos animais
com cuidado como melodias ou sinfonias
e se no meio da bicharada aparecer um humano
de olho vazado, perna cortada, e braço amputado
não parem o recital
vivemos há milênios
com mães pingando dos seios sangue e leite
e os poemas nada mais são que pedras nos cemitérios


3 commenti:

João Menéres ha detto...

O poeta é um ser acossado...
Umas vezes, pelo ciúme.
Outras, pelo amor não correspondido.
Mas a dúvida sempre permanece : Serás minha ?
E o receio de perda atormenta...

Um beijo fora de horas, Myra.

myra ha detto...

que bom, finalmente voce esta aqui outra vez!! beijossssacho que voce gostaria dos anteriores...

João Menéres ha detto...

Ainda os vou ler, Myra !