giovedì 10 maggio 2012

EU VI - 2003 - iosif landau

aniversario de meu pai: 1892-1978
Bucarest - anos 30



Dignidade

Homenagem ao meu pai, o velho Louis

Lembro-me de muito pouco
parei de sonhar?
Sei que a noite me amedrontava
ele do meu lado
vigiava em silêncio
não era de muitas palavras
transmitia segurança
nao importa se usava pince-nez
e gravata borboleta
foi o condutor da minha alma,
vigia da transição à adolescência
astuto corajoso criativo
dirigiu o destino da família
trouxe-nos ao porto seguro
desmentiu a crença de que
dinheiro aniquila generosidade
pecou por excesso dela
criou a lenda da fortuna inesgotável
perdoei-lhe a inofensiva vaidade
no País do Futuro foi depenado
acreditava na lisura do aperto de mão

não envergou na solidão da viuvez,
nem com saudade da filha desterrada
aceitou vida espartana
por vezes sucumbia às lembranças
tirava o lenço do bolso
e enxugava uma lágrima
encantava os netos com relatos
de luxo e riqueza e então sorria.

Sem aviso sem muitas palavras
foi aos céus com dignidade.

amor filial
Pouco me recordo da infância
nem de um simples enjôo dor de dente
joelhos esfolados amigdalite.
Carrego este peso insuportável
não consigo colocá-lo no chão
sentar-me em cima respirar aliviado.
O homem na foto é você
elegante calmo seguro um tanto severo.
Meu olhar como um rifle antiquado atira.
O recuo da arma é violento
a dor leva-me de volta à infância
o amor que sinto chegou tardio.

12 commenti:

eder ribeiro ha detto...

Um gde homem, não é Myra, e por ser assim, foi-lhe e é o seu melhor espelho. Bjos.

Isabel ha detto...

Muito bonito.
Acontece sempre. A saudade é tão grande depois de partirem, que sentimos falta, principalmente, do que ficou por dizer.

Lá; eu sinto que sabem bem o amor que lhes dedicamos.Isso tranquiliza.

Um beijinho

ana ha detto...

Myra,
Gostei muito deste diálogo poético.
O seu pai era bonito.
Devia ser uma pessoa interessante e viveu numa época tão difícil, nesta da foto.

Feliz quem tem memórias e as narra!:)
Beijinho.

Anonimo ha detto...

Myra,
lindo tudo o que esta escrito aqui.
Seu pai também foi um homem belo.
Ah, tudo aqui deu uma saudade do meu pai...
Um beijo amiga.
Li Ferreira Nhan

Tempus fugit ha detto...

Lindo homenaje, y merecido. Gran padre, y grandes hijos.


besos

Luísa ha detto...

Saudades...
Saudades é o amor que fica de quem parte e eplo que ficou por fazer, dizer...
Belo momento este vivido aqui!
Beijinhos mil, Myra!

chica ha detto...

Belos exemplos e recordações ele te deixou e respeito, dignidade marcam...beijos,lindo fds!chica

João Menéres ha detto...

Como dizes que não sabes escrever, MYRA ?

Este depoimento à mem´ria do teu Pai, é muito belo e remete-me para as saudades que tenho do meu.

Um beijo apertado no teu coração.

João Menéres ha detto...

Desculpa o lapso.
Como tenho sido dos últimos a comentar a horas tardias, hoje apressei-me e deu asneira.
O teu irmão IOSIF continuou a geração LANDAU, e de que maneira !

O meu Pai também era alto e uma linda e muito elegante figura.
Também usava ( nos últimos anos já não ) polainitos sobre os sapatos sempre impecáveis !
E, na gravata, um alfinete com uma pérola ...


Um novo beijooooooo

Branca ha detto...

Muito lindo este post Myra!
Teu pai mostra bem no porte a dignidade de que falam os versos de Iosif!

Gostei muito do verso que diz "acrefitava na lisura do aperto de mão", porque hoje não se pode acrefitar assim tanto. Já não há lisura, nem palavra de honra, nem sei se há honra e creio que naquela altura o que houve e o que vai havendo é muita inveja das pessoas que são inteligentes e fazem coisas na vida de que alguns imbecis no poder não são capazes, porque não têm o seu espírito genial, nem são tão persistentes e trabalhadores.

Beijinhos e parabéns pelo teu pai, pelo seu porte digno e pelo seu olhar generoso.

Branca

Jorge Pinheiro ha detto...

Fotografia espantosa. Adoro os sapatos. O texto é uma homenagem ambigua. Ser pai não é fácil. Ser filho também não. No fim todos gostaríamos de voltar a ser.

Anonimo ha detto...

Muito lindo este post Myra!
Teu pai mostra bem no porte a dignidade de que falam os versos de Iosif!

Gostei muito do verso que diz "acrefitava na lisura do aperto de mão", porque hoje não se pode acrefitar assim tanto. Já não há lisura, nem palavra de honra, nem sei se há honra e creio que naquela altura o que houve e o que vai havendo é muita inveja das pessoas que são inteligentes e fazem coisas na vida de que alguns imbecis no poder não são capazes, porque não têm o seu espírito genial, nem são tão persistentes e trabalhadores.

Beijinhos e parabéns pelo teu pai, pelo seu porte digno e pelo seu olhar generoso.

Branca