mercoledì 14 gennaio 2015

alguem me pediu "falar" em frente de meus quadros...nao, eu pinto e os que querem dizer algo que digam!!!! 1a. parte


ENTREVISTA?

SUENOS ANGUSTIAS ILUSIONES
SENTIMIENTOS
SENSACIONES DESILUSIONES
TODO ESTO LO TRADUZCO
TRATO DE COMUNICARLO
EN LINEAS
PARALELAS PERPENDICULARES
DIVERGENTES CONVERGENTES
TRATE DE SEGUIR UNA LINEA
RECTA
A VECES ME IBAN DE LA MANO
COMO LA VIDA MISMA Y
SE HACIAN CUADRITOS
COMO MI VIDA "ME LA HAGO CUADRITOS
ANGUSTIAS REBELDIAS SENTIMENTOS
ILUSIONES
ESPERO
DESENCUENTROS Y ARRITMIAS
EL PRINCIPIO DE UN REENCUENTRO
CON EL FUTURO
A TRAVES DEL PASSADO
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Uma entrevista? Não gosto, não sei o que dizer..., vou dizer demais ou de menos. Vai ser muito difícil. Nesta idade é bem possível que a minha memória ande por aí..., fugindo!
Imagino que quer saber como quando e porque sou pintor. Quando? Em verdade, nem eu
sei. Porquê? Desde que tenho uso de razão, queria ser mesmo era escritora! Foi enquanto esperávamos um navio em Lisboa para ir para o Brasil, único país que nos deu visto. Foi em
1941. Eu assustada, ou não sei porquê, agarrava qualquer papel e fazia linhas ou quadrinhos,sem nenhuma ideia, sem qualquer intenção.
Por volta de 1952, já no Brasil, conheci um rapaz Franco Terranova, recém-chegado da Itália,e sem um tostão. Queria vender camisas de porta em porta. Nós, alguns amigos pintores,convencemo-lo a arrendar um lugarzinho barato, na Avenida Copacabana.
Aí começou a Petite Galerie, e assim começou a entreajuda de todos os poucos artistas que conhecia e, pouco-e-pouco, vieram mais e mais para mostrar algo… Esta Galeria foi a primeira e a melhor Galeria do Brasil.
Mudei para São Paulo. Um dia andando sem rumo pelas ruas vi uma exposição incrível de cerâmica. Entrei e conheci o ceramista Robert Tatin, e alguns dias depois lá estava com as mãos no barro. Fiz, desfiz. Queria fazer esculturas, não queria fazer pratinhos... Um dia infelizmente ele disse que tinha que ir-se embora. E eu sozinha, não podia fazer cerâmica,com forno e tudo o mais. Ele viu-me triste e disse-me: “Olha, vou-te dar um lápis, tinta china,caneta e gouaches de cores. Leva sempre um caderno contigo e desenha tudo o que vires.
Depois de fazer mil destes, volta para a casa e faz tudo de memória. Nunca vás a uma escola ou para Belas Artes. Um dia chama uma modelo e ali, vais aprender como se coloca um volume num espaço... “ E foi com estas palavras que comecei a ver e a sentir as cores, os objectos e tudo o mais. Foi em 1952.
Mais de devagar. Estou a ficar cansada...
Voltei ao Rio e tratei de fazer o que disse Tatin. Conheci, então, Wesley Duke Lee (ainda não
pintava). Ficámos amigos durante anos. Já morreu mas é um dos melhores artistas do Brasil.
Eu comecei a pintar, quase às escondidas, como se fosse uma criança..., mais do que naif...
Tenho por aqui algo desses tempos, e faz-me rir e ter saudades.
Um dia, com ideias bastante românticas, peguei no meu cavalete e fui pintar na rua. Fui a
um lugar lindo, o Largo do Boticário. Agora deve ser património nacional, mas naqueles dias
estava como abandonado e com moleques que brincaram comigo e acabaram a atirar-me
pedras. Nunca mais pintei na rua.

2 commenti:

Isabel ha detto...

Gostei de ler, Myra:)
Um beijinho

ana ha detto...

Myra,
Gostei das memórias registadas. Conte mais.
Será que pode colocar esses trabalhos iniciais?
Beijinho.:))