Tudo començou um dia de 1965. Un ato de extrema violencia.
Acordei, fui à sala e vi pendurados os meus ultimos quadros, minha primeira tentativa de pintura abstrata,
trabalho de uns seis meses, cortados. Os pedaços cortados, colocados dentro dos cortes…isto jà não era ironia
mas um intenso sarcasmo…uma violencia contra mim.
Que maneira tremenda de expressar uma critica!!! ( este , è meu comentario de agora …) – enfim, continuemos.
Agora que o tempo passou, posso dizer que perfeitamente cortados. Teriam feito inveja ao proprio Fontana! com a
diferença que ele criou, construiu, enquanto que os meus estavam totalmente destruidos. Uma agressão que so
entendi mais tarde…agora não vem ao caso de falar de quem o fez…jà morreu…e nem tinha realmente culpa, eram
ciumes de um adolescente…
Tempo depois em vez de sentir raiva dele, tive que agradecer-lhe.
Durante mutito tempo não pude mais pintar. Não via claro. Não via nada.
Mas como è sabido que a destruição , em certos casos traz beneficios, que da destruição pode surgir algo novo, algo
limpo, algo melhor, inevitavelmente, surgiu. Os meus primeiros trabalhos nasceram totalmente diferentes. E o
primeiro quadro foi um quadro tão rico, tão intenso, profundo e sem fim, que até hoje sigo pintando este mesmo
quadro. Tratarei de explicar: este quadro foi algo misterioso, foi un quadro que muitos pintores chamamos de
“quadro chave”. Abriu um outro mundo. Outras possibilidades.Outra visão. Um quadro feito com as entranhas: Um
quadro realizado quasi num estado de transe. Un quadro intuitivo: previu a morte de Miguel, pessoa admiravel com
quem vivia naquele tempo- Pai daquele adolescente mais que zangado.
Ao ver o quadro, me perguntou com admiração e surpresa como se chamava. Respondi quasi sem pensar. “ Ritmo
Partido “- Pouco tempo depois morreu…
E desde então, 1965 meus quadros seguem un ritmo, o mesmo, variação sobre o mesmo tema. Mil maneiras. Todos tem
origem naquele “Ritmo Partido “. Ou “ “ Ritmo Rojo” como se chamou tempos depois. Agora à distancia de anos, sei
que foi o momento da descoberta de minha caligrafia, de minha linguagem pessoal.
Depois da morte, da destruição, um nascimento: “ Ritmo Partido “, seguiram os tantos outros Ritmos 1, 2, 3, etc.
Assim se chamam meus quadros desde então: “ Ritmo qualquer coisa”…
Porque Ritmo?
Porque Ritmo è tudo. Està em tudo.Vida, destino das pessoas seguem um ritmo. A poesia, a mùsica, a dansa,, tudo tem
Ritmo A matematica, a geometria nem falar!
Ritmo è equilibrio. Ritmo è beleza. Ritmo è quasi rito, também. E misterio, apesar de sua simplicidade ou
obviedade aparente. Porque meus quadros são este conjunto de lineas? Talvez busco um equilibrio, uma harmonia que
jà não encontro no mundo que me envolve. Una total desorganição, uma violencia irracional, agressão desde que
nascemos. Um desequilibrio no ar, nas palavras, na atmosfera, nos sentimentos. Uma confusão ilimitada. Uma
humanidade à margen da desintegração, uma percepção aleijada.
Então inconscientemente, fui “ conscientizando” estes sentimentos, estas sensações. Fui vendo pouco a pouco dentro
de mim, procurando por ritmo – harmonia - equilibrio – no meu mundo. Não posso, infelizmente “ritmar” o mundo
nem as pessoas que me rodeam.
A minha maneira de trabalhar è direta. Não preparo o linho. Trabalho sobre ele, cru, limpo, em total nudez. Meu
trabalho não tem subterfugios, não è pensado, mas, sim, sentido. As linhas receben uma ordem – nunca
préestabelecida – uma ordem que me vem não sei de onde, talvez da sensação dos meus olhos, ao ver a tela nua que me
espera, talvez do contacto da cor con a pele, ou de alguma sombra que a luz projetou sobre a tela. As linhas
convergem ou divergem e provocando quadrinhos., (estes serão os obstásculos que encontramos no sosso caminho ?),
linhas baseadas sempre no Ritmo Partido, procurando desde então unir os ritmos ou partir-los mais ainda.. Não
sei. E magia pura. Sentimento. Sensação visceral. Intuição. Geometria livre . Equilibrio, ritmo enfim.
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1 commento:
Já havia lido e imagino o quanto deve ter doído essa cena! b js, tudo de bom,chica
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