sabato 20 maggio 2017
meu irmao fala mais...do nosso passado...
Dezenas de anos se passaram e
eu nunca retornei à paisagem do passado.
Luxo, jóias caras, ambiente requintado,
filme quase apagado, perdeu o colorido,
melodia antiga, fantasmas revivem,
Douce France, pays de mon enfance!
Ser velho (desculpem-me, mas eu sou) é memória, às vezes sorrio, outras vezes lamento, não digo que choro, é muita apelação ao consolo, detesto ser consolado, faz-me sentir impotente, todas as gamas da impotência, é humilhante. Nesse preciso momento estou sorrindo, ouvi há pouco um CD de Henri Salvador, creio que entre os meus amigos ninguém o conhece, excetuando o poeta José P. di Cavalcanti Jr., tenho certeza, é um chansonnier francês, muito bom mesmo, conheci-o no Rio, sim, no Rio, em 1941, era crooner da orquestra de Ray Ventura, também francês, fugidos da guerra,
como o foi Jean Sablon, todos residentes no Copacabana Palace. Isso deve ser ancient history para vocês, para mim é reminiscência, a belle époque no lato sensu que jamais se repetirá, sol, mar, céu azul, areia limpa. Hoje também temos (com areia suja) tudo tão igual, mas tão diferente, o mundo complicouse, o País perdeu a inocência, tudo enfeou, alegria, camaradagem, beleza, amor, ainda encontra-se, mas como tem que se procurar e como, com freqüência, topar com o desapontamento, talvez eu exagere, com certeza, perdoem-me, sou velho. Mas, droga, me perdi no caminho, os chansonniers franceses me fazem retroceder bem antes de 1941, antes do débâcle, quando a Douce France de Trenet era também Dolce Vita, a Côte d'Azur abrigava a burguesia endinheirada e eu digo sem remorsos, minha família era bem
endinheirada. Monte Carlo, Cannes, Nice, Cap Ferrat eram nossos lares, em especial, Juan les Pains (Saint-Tropez daquela época). Como já escrevera uma vez para uma amiga, era bom ser rico, um luxo só, hotéis, restaurantes, cassinos, luxo e mais luxo, smoking, dinner jacket, summer jacket, vestidos longos, jóias resplandecentes, Rolls Royce, Bugatti, Mercedes, Hispano Suiza,
Auto Union (estou rindo, vendo seus rostos, algumas são antigas marcas de carros usados pelos ricaços), devem pensar esse cara é um fútil, um babaca, pode ser, talvez concorde com vocês, mas era um babaca superfeliz e tenho saudades e gosto dessas memórias e estou sorrindo...
Adieu joli rêve! Adeus belo sonho!
Hotel Negresco aonde ficavamos em Nice
Jean Sablon era muito famoso ....
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1 commento:
Domingo vou ver se tenho ocasião para ler, Myra.
Um beijo amigo.
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