sabato 31 gennaio 2015

venerdì 30 gennaio 2015

giovedì 29 gennaio 2015

mercoledì 28 gennaio 2015

martedì 27 gennaio 2015

lunedì 26 gennaio 2015

domenica 25 gennaio 2015

sabato 24 gennaio 2015

venerdì 23 gennaio 2015

giovedì 22 gennaio 2015

mercoledì 21 gennaio 2015

martedì 20 gennaio 2015

lunedì 19 gennaio 2015

domenica 18 gennaio 2015

Entrevista ? - FIM

Nemesio Antunes e Mário Pedrosa deram um grito e uma chamada aos artistas do mundo
inteiro para formar o Museu Salvador Allende! Foi incrível... Tantos, tantos e tantos de
tantos países. Eu mandei um quadro representando o Brasil e outro, enorme, representando
o México. Infelizmente depois do assassinato de Salvador, e com a vinda do desgraçado
Pinochet, guardaram todas as obras durante uns 10 anos..., numa adega. Muitos quadros
sofreram desta “prisão”... Um deles foi o meu, mas graças a um amigo que foi lá, descobriu-o
e mandou-o restaurar. Agora está lá exposto.
1973 - A minha exposição na Petite Galerie foi um sucesso!
Voltei ao México muito contente.
1974 - Fernando Vilchis convidou-me para dar aulas de pintura na Faculdade de Artes
Plasticas, Xalapa, Veracruz. Dúvidas... Não acredito em ensinar a pintura...
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L’air est plein de paroles
Lancées au vent
Que faire?
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Fui visitar Fernando Gamboa, director do Museo de Arte Moderna no DF, para lhe pedir uma
exposição antes de ir a Xalapa. Amigos e amigas disseram-me para não ir. Que ele tinha a
sua "mafia" de artistas... Mas fui! Convidou-me para almoçar, obviamente, eu disse que não.
Convidou-me, então, para jantar. Não: “Senhor Gamboa, eu só quero uma exposição! Não
almoço nem janto... Eu pinto!” Riu e disse que o chamasse antes de ir para Xalapa. Fiz, e
tive@!!!
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surprise mais pleine de joie
Un peu abasourdie…
émotion sensation
malgrè tout
Contente
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Antes de partir para Xalapa, ainda pude fazer uma exposição na Casa del Lago, UNAM.
Conheci Oscar Urrutia, uma pessoa formidável!
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capturar amizades
maravilhoso troféu
encher com ele
minha vida
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1975 - A exposição no museu de Arte Moderna Mexi df. Amigos, amigas, e ah :) grande
publico!
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Appelles-les comme tu voudras
Etincelles
Ou feux de joie
silencieux
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. ..e desde então meu pai chamou-me "extravagante " e deixou de lado os seus preconceitos
e suas ideias sobre mim..
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Mas eu seguia as minhas ideias. Continuei pintando. Exposições por quase todo o México,
por outros países, por outras cidades. Galerias, não quis mais. Todos uns ladrões. Somente
Casas de Cultura, Museus ou Universidades. E assim de repente:
Mais pourquoi
Toujours
remplie d’un sourd présage -
Sorte de clandestinité aucune stabilité temps précaire
Betises qu’elle se dit…
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Ahhhhhh… Deslumbra-me a tristeza. Encontro-me de repente com a realidade. O meu
“sourd presage”. Chegamos a 87. A minha família iria embora depois da minha retrospectiva
no Museu de Arte Moderna, no México DF.
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a vida
gelou
uma lágrima
se derreteu
docemente
e em silêncio
escorregou
se escondeu
no coração
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REVISAO JORGE PINHEIRO
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sabato 17 gennaio 2015

Entrevista ? 5a parte

Com as minhas placas, comecei a entender e ver o abstracto. Nova época, papéis grandes,
frottis com dedos e tinta china, pintura a óleo sobre tela… até chegar a minha segunda
exposição, na Galeria Opic, em 1964.
Mas não estava convencida. Pintei ainda mais abstracto, ainda mais misterioso e gostei.
Coloquei os quadros na sala para que Miguel os visse no dia seguinte.
Grande erro!... Fui à sala e vi Miguel todo esquisito. Antes de lhe perguntar se tinha gostado,
ele pediu-me calma, calma por favor... E o que vi foi traumático. Uma agressão contra mim
própria. Todas as telas cortadas como se fossem de Fontana! O meu enteado, Micky, um
rapaz de 16 anos. Quase enlouqueci, voltar para o Rio? Mandar Micky para outro país?
Impossível era a adoração do pai. Solução: mar, praia, solidão...
Fui para Tecolutla. Pequena aldeia quase na praia.
Não sei o que me deu, mas andando a beira da água senti-me como em transe. Vi linhas e
mais linhas em todas direções. Formavam quadrados, linhas perpendiculares, nunca eram
paralelas. Agora acho engraçado... e até tenho que agradecer ao rapaz que me fez entrar no
que iria ser minha linguagem! Fui ao “pueblito”, comprei um caderno e fiz linhas e mais
linhas. Voltei ao México queria pintar sobre uma tela cor de areia. Não tínhamos dinheiro
para comprar a tela grande que eu precisava. Mas vi dois quadros pintados de acrílico
vermelho. Fiz uma costura entre ambos e fiz linhas com uns pasteis que tinha dado à minha
filha.
Nasceu o quadro chave! Chamei-o de “Ritmo Partido”.
...Miguel disse: “Agora sim gostei. Continua.” Continuei, sim mas sem ele.
Parece que tinha pressentido a morte dele pouco tempo depois... “Ritmo 1- Partida”...
1965 – 1966
Deixa ver… Acho que lá por 65 fiz uma pequena exposição das placas que tinham sobrado,
em Dallas. Não tenho certeza, acho que foi onde mataram ao Kennedy por aí… Não tenho
vontade de procurar as minhas coisas. Estão numa confusão! Só sei que gostei porque me
roubaram uma placa. Pagaram-me o prejuízo e aplaudo a pessoa que roubou: tinha bom
gosto!
1967
Amizades com pintores, amizades que continuam até hoje. Manuel Felguerez, Lilia Carrillo,
Ricardo Rocha, Adrian Mendieta, Nacho Lopez, Jorge Olvera… Não vou citar todos são
muitos! Muita gente que logo me aceitaram, já não como a mulher de Miguel (que foi muito
importante na história da arte no México), mas como pintora. E tem mais, quando em 65 fiz
o quadro vermelho e mais telas com linhas, vieram a minha casa Pedro Coronel, Raul Herrera
e todos me disseram: “Aonde vai com estas linhas!” O único que entendeu e gostou foi
Felguerez.
Salão Independente 1968
Movimento artístico importantíssimo. Apoio aos movimentos estudantis contra o governo
de Diaz Ordaz. Olimpíadas e mortes. Não sei se você sabe da matança da Praça das Três
Culturas. Não, não sabe? Vou-te emprestar um livro que vai deixar você cheia de arrepios. É
algo que tem de se saber. Vi homens chorar, soube de muitas mulheres grávidas
atravessadas por baionetas de soldados enlouquecidos, soldados, quem sabe, drogados...
Soube de terríveis coisas feitas aos estudantes presos! Impossível esquecer... Ao mesmo
tempo Diaz Ordaz promoveu uma exposição, convidou todos os artistas a participar na
Exposição Solar (será exactamente este o nome? Já não sei). Então nós, “os bons”, política e
artisticamente, formámos este Salon de Los Independientes. Uma verdadeira revolução!
Formidável, fantástico, uma coisa com repercussão nacional e mundial. Anos depois se viu
o quanto éramos realmente os melhores. Durou três anos!
1970 - Pintura Mexicana, Casa de las Americas, L'Avana, Cuba.
E sabe que só devolveram um quadro à maior parte dos que participámos? Cada um tinha
mandado dois! Anos mais tarde, muito mais tarde também em Cuba ficaram com uns 20
desenhos meus, acho que dos melhores. Nunca ninguém soube como, aonde, quem...
1971 - Centro di Arte Moderna, Guadalajara.
Todos nós, do Salon Independiente, fomos convidados a pintar um mural, ou melhor dito
um quadro grande, seria um acontecimento efémero! Tenho vertigem a um metro do chão e
ali era muuuuuuuuuuito mais alto. Eu somente pude pintar com um companheiro perto de
mim.
1972
Por razões tristes, fui ao Brasil e fiquei um ano... Meu pai necessitava de mim, minha mãe
tinha falecido...
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Mère?Père?
Etes-vous encore là
Sous cette terre
Meurtrie par toutes ces guerres
Attendez
J’arrive
Vais vous sauver vous caresser de mots vous murmurer
-Murmure-t-on aux morts?-
Ou crier pour qu’ils vous entendent…
M’entendez-vous?
Vous avez pris racines
Vos racines s’étendent
Vous avez su nous sauver
Nous nos semEnces et racines
Vous avez déjà pleins d’arrière petits enfants
La terre qui vous couvre
Vous l’avez rendue fertile
Merci.
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Mas continuei pintando e combinei com Franco Terranova uma grande exposição para 73.
Chegou 1973, ano fatal para Chile. Para o grande homem Salvador Allende. Soube que o
tinham "suicidado ". Lágrimas de raiva de tristeza por este homem que tive a honra de
conhecer na casa de uns amigos, conversando em frente de um cafezinho... Agora resta
recordar.
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déchirants cris
Sauvages
Nous atteignent
Nous heurtent telle une hémorragie
Portes fermées
Aux seules vraies fois
Liberté paix justice
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Entrevista ? 4a parte

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Naquela época fiz um quadro grande a óleo. Estava orgulhosa dele até que uma amiga me
disse: “Mas o que você fez?! Não pode por estas cores juntas!”. Ela tinha feito Belas Artes…
Respondi que ninguém me podia proibir de pintar o que queria. A resposta veio curta: “A
audácia dos ignorantes...” Hahahah! Adorei e continuei.
Liberté totale
Quelle merveille
Personne pour te gouverner
Te dire ce que tu dois faire ou ne point faire
Ce qui est permis ou pas permis
Alors je continue
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Fim de 1959. Circunstâncias, sentimentos, novidades… destino?
Fui para o México. Casei com Miguel. A Cidade do México, com aqueles incríveis indígenas
com suas roupas de cores. As mulheres com os seus “rebozos”… Senti que já não podia
pintar como no Brasil… Fiquei perdida no tempo. Sem saber o que pintar.
1960
Entrei num atelier de gravura, na Ciudadela, gravei, mas não gostava de imprimir, não queria
sujar a placa... Além do mais o torculo era muito pesado para mim. Conheci muitos artistas
que iriam ter muita importância na minha vida: Luiz Lopez, Losa, Billy Barclay… Uns bons
outros nem tanto... Um ambiente simpático. Conheci Fernando Vilchis e Leticia Tarrago.
Fernando, mais tarde, ajudou-me. Era um grande amigo.
Entretanto, comecei a usar metais diferentes. Comprei ácido nítrico, percloruro de ferro, e
ali nasceu o ”Objet d’Art en Soi"! Como? Ah se você soubesse… Quase me envenenei.
Coloquei uma placa no ácido nítrico puro e saí correndo do quarto. Um cheiro insuportável...
Esperei pouco, senão o ácido iria “comer” todo o metal. Entrei… Uma maravilha! Continuei.
Estava fascinada com o resultado. E foi assim que tive minha primeira exposição em 1963,
na galeria Juan Martin. A apresentação foi feita por Paul Westheim. Se bem me lembro, ali
vendi quase tudo! Isto não iria acontecer mais...
Você acha que o talento é considerado somente quando se vende muito? Que disparate…
Não, não vou discutir isto com você, desperdício de tempo... Hoje em dia o tal “marketing” é
mais importante e eu nada entendo e nunca entendi disso! E, mesmo assim, continuava e
continuo pintando.
Naqueles dias o que era importante para as pessoas era esperar a opinião dos críticos, para
ver se compravam algo ou não! Vendo bem, era igualmente "extraordinário!"

venerdì 16 gennaio 2015

Entrevista ? - 3a parte

Em 1957, acho, um pintor veio ao Rio da parte de Tatin para ver o que eu estava pintando.
Ficou entusiasmado e escolheu umas pinturas, as primeiras. Eram sobre papel e destinavamse
a uma exposição na galeria Muller em Buenos Ayres onde ele vivia. Meu pai olhou feio...,
mas como eu não iria estar presente, tudo bem. Mas foi tudo mal. Nunca recuperei estas
pinturinhas. O pintor dizia que as tinha mandado e o responsável da galeria a mesma coisa.
Nunca chegaram. Uma primeira experiência muito desagradável.
Pela mesma época fui aprender gravura com o mestre dos mestres de todos os gravadores
do Brasil. Oswaldo Goeldi. Que personagem que artista... Buril, ponta seca, água forte. Umas
técnicas mágicas que um dia me irão levar às placas de metal. Um dia Oswaldo diz-me: “Vai
para casa, trabalha sozinha. Desenhar tu não sabes, mas vais ser uma óptima gravadora”.
Não soube o que pensar nem o que quis dizer! Só muito mais tarde!...
Agora também já não sei… A minha cabeça não é um computador. Calma!
De 1957 a 1959 continuei pintando... Mas que surpresa. Um dia Mário Pedrosa, conhece,
certo? Ah, não sabe quem é? Era (sim, infelizmente era) uma personagem. Foi o único que
saiu para o Chile na época da ditadura. Grande historiador de arte, critico honestíssimo,
Ele não sabia que eu pintava mas sabia que falava várias línguas. E precisava de mim para
receber uma série de artistas, arquitectos e historiadores que vinham convidados pelo
governo à inauguração de Brasília. Não imaginei naquele momento que a minha vida iria
mudar. Foi incrível conheci muita pessoas, que depois soube que eram importantes, como
Bruno Zevi, arquitecto italiano, Jacques Lassaigne editor de livros de arte, Michele Muraro,
curador do Museo do UFIZZI, em Florença, Kessler, escultor, Meyer Shapiro,
importantíssimo escritor. E ali Mário Pedrosa ficou amigo! Esqueci, uma coisa simpática,
dancei com Alexander Caldwell, gordo, bêbado, mas que bem dançava...
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Não havia entendido porque queriam esta entrevista. Acho que já é o momento de
esclarecer algo absurdo. Não era uma entrevista que queriam, mas que diante das minhas
pinturas fizesse um comentário, algo sentimental ou quem sabe o quê!... Pareceu-me
completamente estranho. Não é o artista que tem de expressar isso. É aquele que vê e
apenas se vir ou sentir algo. O artista acredita… e isso basta. Acho que o que vale é o que fiz.
O resto, o tempo dirá.
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giovedì 15 gennaio 2015

entevista ? - 2a parte

por  volta de 1954 conheci um pintor Jean Guillaume, maravilha de pessoa. Pintava muito
comercial só para ganhar dinheiro, imitando na perfeição qualquer pintor! Pintava para
apartamentos de gente rica. Falámos de tudo e eu disse-lhe que pintava...Viu e gostou.
Convidou-me a pintar com ele. Mas claro, eu nunca havia tocado uma pintura de verdade!
Ele ensinou-me as técnicas, até como se faz o cinzento! Eu pensava que era misturando
preto e branco... Eh, não! Ele deixou-me uma vez sozinha onde estávamos pintando.
Queríamos cinzento...! Aonde estavam os tubos de preto e branco?! Pois não estavam. Só
tinha azul-marinho, ocre e branco! Então aprendi...isto. Foi entre 54 e 55.
Mas ele não calou a boca disse a muita gente que eu pintava. Entre eles, a Franco, a Maria
Cecilia e sei lá a quantos mais... Quem não gostava disto era meu pai...
Chegou o dia de minha primeira exposição na Petite Galerie, se me lembro bem, em 56.
Figurativo um pouco menos naif..., um pouco impressionista, ligeiramente expressionista...
Não sei bem, mas sei que ali vendi o primeiro quadro de minha vida! E acreditas no que
aconteceu? Este senhor que me comprou o quadro era amigo do meu pai. Um dia foi a nossa
casa e viu na parede uma pintura (minha mãe tinha gostado e tinha levado para a sala), e
disse todo contente: “Ah, uma Myra"!. Vejo que você também comprou um quadro desta
pintora!”. Meu pai ficou furioso, chamou-me e disse-me que tinha que devolver o dinheiro.
Mas o amigo disse que de jeito nenhum ele iria aceitar e muito menos devolver o quadro!
No dia seguinte, porém, o meu pai voltou atrás e disse-me: “Myra, você pode agora assinar
também Landau, não gostaria de saber que algum dia, possam dizer que o teu pai não te
entendeu!”. Podem imaginar minha alegria...

mercoledì 14 gennaio 2015

alguem me pediu "falar" em frente de meus quadros...nao, eu pinto e os que querem dizer algo que digam!!!! 1a. parte


ENTREVISTA?

SUENOS ANGUSTIAS ILUSIONES
SENTIMIENTOS
SENSACIONES DESILUSIONES
TODO ESTO LO TRADUZCO
TRATO DE COMUNICARLO
EN LINEAS
PARALELAS PERPENDICULARES
DIVERGENTES CONVERGENTES
TRATE DE SEGUIR UNA LINEA
RECTA
A VECES ME IBAN DE LA MANO
COMO LA VIDA MISMA Y
SE HACIAN CUADRITOS
COMO MI VIDA "ME LA HAGO CUADRITOS
ANGUSTIAS REBELDIAS SENTIMENTOS
ILUSIONES
ESPERO
DESENCUENTROS Y ARRITMIAS
EL PRINCIPIO DE UN REENCUENTRO
CON EL FUTURO
A TRAVES DEL PASSADO
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Uma entrevista? Não gosto, não sei o que dizer..., vou dizer demais ou de menos. Vai ser muito difícil. Nesta idade é bem possível que a minha memória ande por aí..., fugindo!
Imagino que quer saber como quando e porque sou pintor. Quando? Em verdade, nem eu
sei. Porquê? Desde que tenho uso de razão, queria ser mesmo era escritora! Foi enquanto esperávamos um navio em Lisboa para ir para o Brasil, único país que nos deu visto. Foi em
1941. Eu assustada, ou não sei porquê, agarrava qualquer papel e fazia linhas ou quadrinhos,sem nenhuma ideia, sem qualquer intenção.
Por volta de 1952, já no Brasil, conheci um rapaz Franco Terranova, recém-chegado da Itália,e sem um tostão. Queria vender camisas de porta em porta. Nós, alguns amigos pintores,convencemo-lo a arrendar um lugarzinho barato, na Avenida Copacabana.
Aí começou a Petite Galerie, e assim começou a entreajuda de todos os poucos artistas que conhecia e, pouco-e-pouco, vieram mais e mais para mostrar algo… Esta Galeria foi a primeira e a melhor Galeria do Brasil.
Mudei para São Paulo. Um dia andando sem rumo pelas ruas vi uma exposição incrível de cerâmica. Entrei e conheci o ceramista Robert Tatin, e alguns dias depois lá estava com as mãos no barro. Fiz, desfiz. Queria fazer esculturas, não queria fazer pratinhos... Um dia infelizmente ele disse que tinha que ir-se embora. E eu sozinha, não podia fazer cerâmica,com forno e tudo o mais. Ele viu-me triste e disse-me: “Olha, vou-te dar um lápis, tinta china,caneta e gouaches de cores. Leva sempre um caderno contigo e desenha tudo o que vires.
Depois de fazer mil destes, volta para a casa e faz tudo de memória. Nunca vás a uma escola ou para Belas Artes. Um dia chama uma modelo e ali, vais aprender como se coloca um volume num espaço... “ E foi com estas palavras que comecei a ver e a sentir as cores, os objectos e tudo o mais. Foi em 1952.
Mais de devagar. Estou a ficar cansada...
Voltei ao Rio e tratei de fazer o que disse Tatin. Conheci, então, Wesley Duke Lee (ainda não
pintava). Ficámos amigos durante anos. Já morreu mas é um dos melhores artistas do Brasil.
Eu comecei a pintar, quase às escondidas, como se fosse uma criança..., mais do que naif...
Tenho por aqui algo desses tempos, e faz-me rir e ter saudades.
Um dia, com ideias bastante românticas, peguei no meu cavalete e fui pintar na rua. Fui a
um lugar lindo, o Largo do Boticário. Agora deve ser património nacional, mas naqueles dias
estava como abandonado e com moleques que brincaram comigo e acabaram a atirar-me
pedras. Nunca mais pintei na rua.

lunedì 12 gennaio 2015

domenica 11 gennaio 2015

sabato 10 gennaio 2015

venerdì 9 gennaio 2015

giovedì 8 gennaio 2015

mercoledì 7 gennaio 2015

martedì 6 gennaio 2015

lunedì 5 gennaio 2015

domenica 4 gennaio 2015

sabato 3 gennaio 2015

venerdì 2 gennaio 2015

giovedì 1 gennaio 2015