venerdì 26 maggio 2017

LUIZ - meu sobrinho



caminhamos pela beira da praia no final da tarde
o sol se punha nas Tijucas
me sentei num monticulo de areia
ele ao meu lado
a bola no horizonte cor de Van Gogh.

na areia morna pensavamos os mesmos pensamentos
um lampejo de claridade ao seu nascer nos deu
a mesma  alma, 
longe a esfera de fogo queimava
- me de um cigarro -

a agua azul apagado refletia o rubro ceu
o sol naufragava entre os cumes do horizonte
na praia so nos dois
meus olhos embacados, os dele funda lagoa

- veja o sol ele brilha sobre tudo que temos
nossa eternidade pestaneja com ele no horizonte
o ceu e o oceano, velho, erguei-te,
somos filhos do sol almas identicas

filho somos a mesma pessoa
olho nos seus olhos e falo comigo mesmo, o,
minha alma, como te amo, 
essa minha roupagem empoeirada
essa minha pele queimada na face
esse meu olhar de negro desespero
essa fuligem humana ao teu lado sentada,
chorou quando voce nasceu

- me de mais um cigarro -

velho, olha, o sol banhado como brilha,
seus pensamentos retorcidos, 
entranhas e visceras doidas, 
olhos empoeirados, 
para mim sao flores de sua louca coroa dourada

flores? quando foi que esqueci que eu era uma flor ?
quantas moscas zumbiram ao meu redor
quando minha alma ainda era flor ? pobre flor morta

- velho, te vejo postado a minha frente,
dirija seu olhar ao sol poente
respira a brisa 
voce nunca foi fuligem
velho, me escuta, flores ao sol,
na luz da noite nunca fenecem, 
num sonho as reguei para voce as amar

eu, talvez ja esteja tao velho quanto o universo, 
isso nao e bom, ouco as lamurias dos incinerados,
ah! ofereco - me em sacrificio,
me deixaram de fora,
eles repousam onde o sol e cinzento,
estao sos na sua gloria
nada floresce em cinzas

- velho, nada de sofrimento para voce,
so alegrias, sinta a docura ao redor,
o ultimo momento do por do sol,
velho, vem, me acompanha,
ainda tenho muito a te falar

Filho, receba esse salmo vindo de mim,
o sopro de vida jorrado de mim,
alguma coisa de meu passado,
minha ultima transformacao,
sejas louvado.

- velho, toma , e meu ultimo cigarro!

4 commenti:

João Menéres ha detto...

Este poema é maravilhoso, Myra.
Também é do IOSIF ?

Um beijo agradecido e muito amigo.

myra ha detto...

sim meu querido Joao, e tambem de meu irmao! e Luiz e genial em tudo!
bjos

Li Ferreira Nhan ha detto...

Um poema em diálogo; maravilhoso Myra!
Beijos

myra ha detto...

que bom que apareceu! obrigada ,sim este poema do meu irmao e umds ultimos...filho primogenito, e tbem um gde amigo meu...
bjos