giovedì 29 giugno 2017

UMA VIDA A PINTAR- Fragmento - Texto de Jorge PINHEIRO


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Esta é a história de alguém que viveu muito, viveu intensamente,
viveu perigosamente e, felizmente, ainda está entre nós.
Continua a pintar e está mais lúcida do que eu. Quem é Myra
Landau? Pintora. Escritora. Aventureira. Amante. Amada. Mãe.
Avó. Myra é tudo isso e muito mais. Myra fala seis línguas
diferentes. Nasceu na Roménia, a 5 de Dezembro de 1926.
Estudou em França e Inglaterra. Passou por Portugal em fuga
desordenada dos nazis. Rumou ao Brasil. Corria o ano de 1941.
Deslumbrou-se com a visão da Baía de Guanabara. O Rio de
Janeiro seria a sua casa na próxima década. Empenhou-se em
causas. Na luta política. Conheceu filósofos, políticos, homens de
letras. Em 1947 decidiu estudar jornalismo. Seguiu para Nova
Iorque. Inscreveu-se num curso de John dos Passos. Não teve
coragem. Acabou a frequentar um o curso de Erich Fromm,
perdida num enorme anfiteatro, rodeada de gente tão neurótica
como ela. Escondia-se de todos. Achava-se feia. Com um nariz
grande. Refugiava-se por trás de grossas lentes que lhe
rodeavam os olhos hipnóticos. Ela não sabia ainda quem era. Ou
melhor, não queria saber.
Os meses passam em Nova Iorque. Uma liberdade sentida pela
primeira vez. Teatros, livros, gente… Regressa ao Brasil. A
pressão familiar de novo. Época de namoros equivocados. Busca
emprego às escondidas. Vontade de fugir da tutela paternal e, no
entanto, faltam-lhe condições. Sentia-se perdida. Cobarde. Em
1948 a libertação surge. Uma libertação também equivocada.

 Em 1951 nasce Dominique. Sobre ela recai todo o amor que Myra tinha acumulado
. O amor para dar e
o amor para receber. Muda-se para São Paulo. Cidade estranha
onde todos querem apenas fazer dinheiro. Escreve poemas, mas
deixa de os mandar ao pai, como fazia até aí. Percebe que o seu
casamento é um erro. Tem medo por Dominique. Sente-se
novamente perdida, desesperada. Um dia, porém,
inopinadamente, vê uma exposição de cerâmica na Livraria
Francesa. Passou pela mostra e o destino passou por ela. Uma
cerâmica totalmente primitiva, sem intelectualismos, arte pura.
Estatuária Maya.
Myra entra na exposição. Como num santuário. Como num
sonho. Encontra os escultores daquelas maravilhas.
Seriam “hippies”, “beatnicks”, “exitencialistas”. Gente diferente.
Gente de outro mundo. De um mundo novo que ela não sabia
existir. Um mundo louco, fantástico. Um mundo vivo e
irrequieto. Um mundo que passaria a ser o dela. Conhece Robert
Tatin e a sua mulher. Também nessa época conhece Sérgio
Cardoso, responsável por um novo e importante impulso no
teatro no Brasil. Conhece Di Cavalcanti, Flexor, Bonadei, Wesley
Duke Lee; Sergio Camargo. Tudo converge para a arte. Após forte
insistência consegue que Tatin lhe ensine cerâmica. A disciplina
imposta era dura. Quase monástica. Quando lhe disse que tinha
uma filha de meses e marido, a resposta de Tatin foi imediata: “A
filha pode trazer..."


.

nao encontro fotos daquela epoca...
esta e de 2 anos atras









filha podes trazê-la."

2 commenti:

chica ha detto...

Mais um belo fragmento de tua vida tão bem escrito pelo Jorge! Linda foto! bjs, chica

myra ha detto...

sim, hica ele e super!!obrigada e um bom dia com mtos beijos